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A arte abstrata

A arte abstrata: será realmente arte?

Ao observar uma pintura abstrata, provavelmente, o leitor já pensou, tal como eu: “Será isto realmente arte?”. Por vezes, até é fácil reconhecer algum sentimento que esteja a ser transmitido por aquela obra. Porém, pode não ser assim tão simples, parecendo que só existem rabiscos. Será que estes têm algum significado profundo? Ou será que apenas resultaram de uma forma criativa que o pintor arranjou de lucrar com um desenho do seu filho? 

 

     A arte abstrata é caracterizada por não representar a realidade concreta exterior, a realidade por nós conhecida. Através da junção de diversas formas, cores e linhas, esta consegue representar a sua “realidade”, pois o mais importante é representar os sentimentos e as emoções. Por isso, existe uma liberdade tanto para o artista, na criação da sua obra, como para o público, tal como eu e o caro leitor, podendo apreciar e interpretar a obra da forma que desejar. A existência de formas geométricas, linhas retas, assim como curvas, para além do uso de cores (muitas cores!) são também características da arte abstrata.

 

     Peço perdão, caro leitor, caso deteste filosofia, mas será fulcral fazer as pazes com a mesma momentaneamente, pois terei agora que me referir à Filosofia da Arte (que tenta, entre outras, responder à questão “Que características tornam um objeto uma obra de arte?”), para tentar responder à questão inicial. 

 

     Se Platão e Aristóteles vissem alguma obra de arte abstrata, claramente afirmariam que esta não seria uma obra de arte. Defendiam a teoria da arte como imitação, que, como o nome indica, sustenta que todas as obras de arte devem imitar algo. A qualidade da arte depende da qualidade da imitação que o artista produz. Observando arte abstrata percebemos que nada da realidade é imitado. Embora, no seu tempo, também fosse costume atirar maçãs às suas amadas, como forma de declarar o seu amor. O que é que eles sabiam sobre o mundo moderno?     

 

     A teoria da arte como expressão é mais recente, defendendo que todas as obras de arte desencadeiam emoções no indivíduo que as observa. Sendo assim, a arte abstrata já seria considerada uma obra de arte, pois desencadeia emoções e sentimentos em quem a observa (nem que seja, para os mais céticos, “Que raio de coisa é esta?!”). 

 

     Segundo a teoria formalista, todas as obras de arte possuem a capacidade de provocar emoções estéticas, sendo causadas por uma característica (comum a todas as obras de arte) que se designa por forma significante. Este sentimento também é comum a obras abstratas devido ao equilíbrio que existe na sua composição e/ou devido à harmonia das cores.

 

     Em suma, a arte abstrata é considerada arte de acordo com a maioria das teorias existentes. Porém, mesmo que no futuro surja uma teoria globalmente aceite que não considere a arte abstrata como uma obra de arte, julgo que tendo em conta as suas características, deveremos continuar a apreciá-la.

 

Texto por Lucas Santos

Ilustrações por 11ºAV1 (19/20)

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Publicado a 21 de maio de 2020

Catarina Reis 

Maria Silva 

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Inês Roque 

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