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A moda como forma de expressão

 

Desde o começo da nossa identidade, como Ser pensante, que nos havemos de ter apercebido que existem diferenças entre nós. E mais. Que nós mesmos temos o poder de as marcar e decidir. Se há quem pense X, há, por oposto, quem pense Y, se existe quem goste de Z, há, por oposto, quem goste de T. Posto isto, a moda tem exatamente a mesma linha de raciocínio. As mais subtis diferenças de estilo, no sujeito, podem contar muito acerca da pessoa que está por detrás da roupa. 

Realizemos uma viagem temporal.

No começo, com certeza que todos andaríamos de igual, homens das cavernas, ou então, a noção de moda ainda nem teria surgido nessa altura. Arrisco-me a afirmar que a noção de moda vem acompanhada do que entendemos atualmente por sociedade. Por exemplo, a civilização romana deixava bem claro que havia diferenças no status dos seus habitantes, diferentes estilos de roupa para diferentes grupos da sociedade. Mesmo dentro destes grupos, existia a opção de contornar as regras, criar uma identidade para fugir aos demais, seja por uma nova forma de entrançar o cabelo ou adotar um novo tipo de cor nos tecidos das suas vestes. Estes pequenos pormenores foram acompanhando toda a história até aos eventos mais recentes, como os tempos áureos do absolutismo. Maria Antonieta, foi o que atualmente chamamos de influencer. A incontornável rainha criou tendências e destruiu outras. Ela queria marcar a sua presença numa corte estrangeira, uma vez que era austríaca, e para além disso, queria que as pessoas soubessem que quando olhassem para ela estavam a ver algo superior, muito mais que um vestido, um penteado ou uma pessoa, ela era uma ideia. No seu tempo foi popularizado o pouf, estilo de penteado que a própria criou, consistia em modelar o cabelo em altura, porém, como forma de expressão dela própria, a rainha customizava o seu pouf conforme almejava, por exemplo, com barcos, penas, pássaros, etc… 

    

Recentemente, ainda são mais marcadas as diferenças que cada um de nós tem ao vestir-se e a mensagem que, dessa forma, queremos transmitir. Aliado ao movimento feminista, por exemplo, o fim do espartilho e a transição para o soutien, e por sua vez, a passagem do soutien para o que bem aprouver à pessoa. Outro exemplo poderá ser Coco Chanel, foi esta estilista que popularizou as calças femininas, pois para ela não fazia sentido ter de andar sempre de saia ou vestido, queria acabar com o sentimento machista de que a mulher é uma boneca de porcelana. Agora, cabe ao sujeito decidir o que quer, seja um vestido, uma saia ou umas calças. Aliás, cada vez mais são lançadas coleções gender neutral, que pretendem desmistificar a ideia que existe roupa definida por géneros. 

 

A moda está em constante evolução, tal como o olhar do sujeito para ela. Cabe a cada um de nós interpretá-la e usá-la como nós queremos. Por que afinal… A moda é a melhor forma de nos expressarmos!

Texto por Rodrigo Lourenço

Publicado a 31 de julho de 2020

A moda como foma de expressão
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